Clique para iniciar atendimento pelo Whatsapp

Bruxaria e longevidade

Bruxaria

Novas descobertas da ciência vêm comprovar o que o conhecimento pagão já sabia há muito: existem comportamentos diante da vida que facilitam a longevidade. Marília de Abreu

 

A vida longa, quiçá eterna, é um dos objetivos da humanidade, desde os faraós embalsamados aos alquimistas com a busca do elixir da longa vida, ou a panacéia universal, o remédio contra todas as doenças. Ou ainda, mais recentemente, pessoas que gastam fortunas no processo de criogenia, congelando seus corpos até que seja descoberta a “cura para a morte”.
Mas, ter vida longa para quê?
Que tipo de vida? Bastaria ter saúde?
Nos filmes, os vampiros, os anjos e outros imortais vivem invejando nossa condição.
Por que, então, desejamos prolongar a vida, se a imortalidade pode não ser boa?
A morte pode ser um meio de se pôr fim a um sofrimento ou apagar os erros do passado.
No entender das bruxas, trata-se de uma questão de mudança de paradigma. Se tivermos como conceito que o espírito é superior à matéria, chega um momento em que, para evoluirmos, precisamos desencarnar, mesmo quando conscientemente lutamos pela sobrevivência.
Num paradigma mais pagão, no qual a matéria é o veículo por intermédio do qual o espírito evolui, a busca não é mais superar o estágio atrasado de encarnados, mas aprimorar o viver, o bom viver. Neste modelo, o envelhecer não é visto como perda de competências, mas aquisição de sabedoria e de novas percepções.
Na visão pagã, a morte não é má; é uma oportunidade de recomeçarmos, enfraquecendo o domínio do ego sobre nossas decisões. Por isso, praticamos a morte simbólica das iniciações para que essa nova oportunidade de refazer as coisas de forma mais sábia nos seja dada nesta mesma vida. E o realizamos de forma consciente.
Além do mais, os bruxos respeitam os ciclos de vida e acumulam as etapas, ou seja, eles não abandonam a adolescência para ingressar na maturidade, mas sim, acumulam a jovialidade, a audácia e o bom humor com as maiores responsabilidades, tornando assim possível continuar praticando skate e ser um bom pai de família.
Os valores da juventude ficam com outro sabor ou cor quando a vida alarga e alonga, e temos uma percepção diferente para apreciá-los.
Recentemente, o meio científico, cansado de buscar em meios físicos a solução para a saúde e a longevidade, começou a estudar a saúde, e não a doença. Começou a procurar as pessoas que não procuravam os médicos, para entender o que elas faziam de diferente, certos de que encontrariam pessoas de hábitos regrados, alimentação saudável, equilibrada, exercícios físicos etc. Só que não foi isso que encontraram. Também não encontraram pessoas com vidas sem mazelas ou problemas, mas pessoas que lidavam de uma forma diferente com seus problemas.
Chamaram essa forma de lidar com a vida de “fatores de resiliência” (capacidade de sair fortalecido das adversidades), e os locais onde a expectativa de vida chegava a 120, 150 anos, de blue zones.
Para horror da comunidade científica, os longevos fumavam, bebiam, comiam sal e o exercício físico ficava com o trabalho diário.

E quais eram os fatores de resiliência e a relação deles com o estilo de vida pagão?
1) A fé e a espiritualidade são fatores sempre presentes. A forma de lidar com a religião é muito semelhante à dos bruxos. Os longevos encaram a vida como aprendizado e não culpam os outros nem a Deus por suas mazelas. Independentemente da religião que professam, praticam a fé autorresponsável.
2) A individualidade, a crença de que cada um tem sua forma de ver e agir no mundo, assim como possui uma contribuição única a dar para a sociedade. Os longevos são pessoas que não permitem que os outros façam suas escolhas ou interfiram nelas, mesmo quando dão enorme importância à comunidade. Costumam apresentar alto nível de autoestima e autonomia, e continuam trabalhando para garantir a independência.
Costumam ter características comuns, propensão a refletir, a aprender com os erros sem se lamentar ou a adotar posição de vítimas, senso de humor e capacidade de se relacionar, de se reerguer após uma dificuldade.
Na bruxaria, a individualidade tem a ver com o poder do bruxo, sua força de vontade, e nunca pode ser suplantada pelo grupo, que deve respeitar as decisões de cada um. Por isso, dizemos que o uso da magia não pode nunca interferir na vontade de outrem, embora do ponto de vista não pagão seja justamente essa a intenção da bruxaria.
3) A rede de apoio familiar ou social (na bruxaria, o coven). Por mais autônomo que seja, o ser humano é gregário, quer se integrar na comunidade e trocar experiências com seus pares, quer ser acolhido e ter o suporte do grupo.
É muito importante sentir-se útil e amparado, mas sendo aceito como é.
Relacionamentos afetivos duráveis também são comuns.
4) Senso de propósito, metas ou sonhos. Na bruxaria, costumamos dizer que a vida se compra com propósitos; viver precisa de uma razão, e isso também costuma envolver outras pessoas.
No que tange ao propósito de vida, os antigos celtas temiam o esquecimento mais do que a morte. Por isso, se empenhavam em ter não apenas uma vida honrada, mas em deixar um legado para que fossem lembrados por gerações, um legado de dignidade e bravura.
Assim,o propósito costuma ser algo direcionado ao grupo, o “por que” você faria falta.
5) A autonomia, a iniciativa, a independência. Os longevos são pessoas que pensam por si; algumas vezes, são autodidatas e criativos, como expressão dessa autonomia. O bruxo tem a autonomia como lema, tanto que, muitas vezes, prefere seguir solitário em suas práticas mágicas.
6) O senso de integridade, consequência da individualidade. Existe um limite até onde podemos transigir no que diz respeito à nossa cultura, costumes e valores. Se vamos cedendo aos modismos, logo perdemos nossa identidade cultural e pessoal. A bruxaria sobreviveu num meio extremamente adverso, no qual, por muito tempo, toda cultura era contrária ao seu estilo de vida e valores. Sobreviveu porque era praticada em células familiares, cujos membros tinham plena confiança uns nos outros; porque sentiam, em seu íntimo, que aquele caminho era verdadeiro e porque honraram seus antepassados, que honraram as gerações que vinham mantendo sua integridade, apesar de tudo.
7) O contato com a natureza que, para os bruxos, faz parte da religião em si.
8) Alimentação mais frugal. O alimento que cresce de forma mais natural é mais nutritivo. Hoje, nas grandes cidades, as pessoas começam a procurar alimentos orgânicos e, com isso, tenderão a comer menos. Uma vida menos ansiosa também leva a comer menos.
Os fatores que hoje são considerados como de resiliência, na verdade, são os que, por muitos anos, nortearam um modo de vida que foi tão perseguido.
No estilo de vida wiccano, esses fatores sempre estiveram presentes: além do maior conhecimento sobre ervas para fins mágicos e medicinais, o conhecimento dos ciclos universais, as técnicas xamânicas de cura  , os oráculos para a tomada de decisões mais sábias nos momentos em que os recursos materiais não permitem uma visão clara e mais objetiva dos fatos, o suporte do grupo, de forças elementares e da magia em si, e o contato com as divindades.
Não é por acaso que as bruxas eram caracterizadas como idosas. Mesmo nas épocas em que a medicina não possuía muitos recursos, as bruxas eram as curandeiras a quem as pessoas procuravam na aflição e a quem os médicos perseguiam pela concorrência. E, hoje, a ciência vem validar esse estilo de vida.

Marília de Abreu

veja também

https://wiccaciadasbruxas.com.br/terapia-xamanica/
Fone: (11)3034-2051

Rolar para cima